Há tantos feitos e gestos de aversão em comum com os de amar.
Toda ação são fichas de um jogo de azar.
E no fim das contas se cobram propósitos
A despeito de que só se pode apostar.
razão também tem quem luta pra perdê-la! Iscas para almas. Realização do projeto de fazer propostas. Quase uma coisa no lugar de tentativas. Lembretes do desapercebido. Refinaria de gritos.
aprender a calar-se antes do fim.
sobretudo a não cometer o pecado de se pretender compreendido.
não me sei.
não me posso. se me acho um pouco, já sou outro!
pois quem eu era imediatamente antes não se sabia.
e mais... me fazer compreendido?
quem me compreende me faz menos:
passível de caber em sentenças, definições...
aprender a deixar as coisas insatisfeitas como quem lhes dá vida.
saciedade é fim! é neutra. é como o que não nasce.
tão só aparece.
é preciso saber circunstancializar o silêncio
como a cortina para o escuro.
recolher-se.
amadurecer é abandonar o engano divertido de supor-se convincente.
coadunar com a sabedoria de que o homem mal de si mesmo se convence.
quem dirá de outrem!
a vida que vinha mentia o destino ser poesia.
viver melhor é rumo ao silêncio porque é assim que é
e me apetece deveras concordar com inevitável.
eu e a morte tocamos numa mesma orquestra
poesia é qualquer coisa incômoda
no meio do caminho:
tempo que parou num assobio.
a expectativa de comunicação
é mais tola do que o verso
que é mais tolo que o silêncio.
dos erros perante meu juízo,
os menores possíveis!
é um pecado maior quando se fala algo para esculturar boa aparência.
não sei que devo parecer,
não fiz planta para mim.
eu me deixe ser ruim se ruim é a natureza.