quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

REFINARIA DO ROUBO

o ladrão refinado, em vez da arma óbvia - o revólver ou o canivete, dispõe da palavra, da caneta ou do aperto de mão. os mais evoluídos e nocivos à sociedade sequer podem ser reconhecidos oficialmente como criminosos, pois são os que policiam, julgam e fazem a legislação. a covardia tornada lícita atua como uma doença silenciosa na civilização, é mais prejudicial do que os crimes alardeados; além disto, é causa destes.  a covardia legal nos rouba até mesmo a possibilidade de tomarmos alguma precaução.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

 Se você sequer pensa no pior, se lhe falta coragem ou estômago para isto... Se acha que basta pensar o melhor, está deixando de pensar e de agir para evitá-lo. Você está fechando os olhos para o terrível e assim aumentando a chance de tropeçar nele ou ser atingido por não poder se desviar. Você não está sendo bravo ou corajoso, apenas estúpido.

Desconfie de si mesmo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

CUIDADO!


também se publica demais o cuidado com o outro
quando se é vaidoso.
pois é sabido que os outros consideram isto muito bonito.
tantas vezes o mais que fazemos não passa de panfleto.

COMO CORTINAS

senta e come a comida que a tantos falta

sorria!

não faça nenhum agradecimento aos céus!

não torne isto justo em transcendência.



aprenda entre os dentes a injustiça fundamental que é a vida...

mas digira na cabeça a ideia de que "justiça" 

também não é inteira uma boa ideia

se nos recheia com culpa.


que se pode fazer,

se um sofrer alheio nos impede um bom viver?

para a felicidade, perdemos muito de ingenuidade necessária.

em nome de uma sabedoria que leve em conta o outro,

perdemos uma doce ignorância.

confortável ao prazer como cortinas.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

 Amanhã a hora não existe. Estaremos todos livres! Inclusive de estar, como apertados por segundos ameaçadores d'agora. Átomos de invisível tempo, em que contraímos e espalhamos a morte. Todos contaminados! Este tempo precisa ser etiquetado como o tempo em que a vida mesmo é uma doença fatal. Quem já condena existir, que melhora reivindica se não dá cabo da própria vida? Amanhã, terra sobre nós! Covas coletivas para quem louvava méritos individuais. Ajoelhamos ante ídolos. Covas banais pros iguais em tudo perdido. Na morte... Só na morte seremos tais. ... Pois a vida... A vida não é o oposto?