Não se arquitete psicologicamente! Não se pinte exageradamente: da unha do pé à próxima palavra! Não se corte no molde da beleza do mundo! Não se faça espelho de revistas! Tenho um faro aguçado que aprecia o que é em pleno despropósito. Gosto dos que se dão distraídos, espontâneos... A beleza para mim não é um peso a ser erguido com sacrifício! Há dedicações que são belas, mas não acho belo dedicar-se antes de tudo à imagem! Beleza pra mim é um achado, um timbre de voz, um movimento do corpo, um jeito de interagir com o outro, a forma de um abraço ou de um aperto de mão, uma ideia poética que escapa de alguém sem pretensão de poesia. O belo é belo distraído de ser, a sua beleza não é um produto do seu mérito. O mais bonito perguntará: "Em que sou belo?' ou "Por que me achas bonito?" Perguntará porque não é óbvio! Talvez possamos responder com esta frase "porque não é óbvio!"
Você tem agora a saliva insossa... A língua atrás dos dentes de sua solitária boca... Que parece a mesma de sempre... Mas agora concavidade de um homem apático. Você teve dores, ilusão de amores... popularidade que concordava, pois que você concordava e jogava o jogo... Entusiasmo...
...Agora, armadilha para pegar-se nada... Você já não quer discutir mais. Essa poesia é alguma coisa que seria, numa veia do seu pensamento que afluiu ao vazio. Verteu-se todo passado em saudade. Todo futuro, em sonhos. E agora só lhe resta o presente com que não sabe o que fazer. Matéria prima de quê? Você teve amor, raiva, ódio, alegria... você escreveu cartas cheias de espera e euforia... Agora esta simples noite linguodental. Nem salgada, nem doce, muito menos santa, muito menos moral... Simples sono animal diante o contraste de quem se cria um Deus.
...Agora, armadilha para pegar-se nada... Você já não quer discutir mais. Essa poesia é alguma coisa que seria, numa veia do seu pensamento que afluiu ao vazio. Verteu-se todo passado em saudade. Todo futuro, em sonhos. E agora só lhe resta o presente com que não sabe o que fazer. Matéria prima de quê? Você teve amor, raiva, ódio, alegria... você escreveu cartas cheias de espera e euforia... Agora esta simples noite linguodental. Nem salgada, nem doce, muito menos santa, muito menos moral... Simples sono animal diante o contraste de quem se cria um Deus.