quinta-feira, 14 de setembro de 2023

O mal vence. Não só nas lutas do mundo, mas dentro de nós. É contagiante! Se propaga em todo nosso ser... O bem nos leva pra cama, nos nina, nos faz dormir. O mal nos desperta. Nos exalta! Só o ódio esperançoso suporta o sacrifício persistente de viver. A vontade de responder, retrucar, lutar compõe o primeiro instante. Pode sentir agora? Quando se resiste, eis o segundo instante, que é de se conter até conseguir esquecer e transformar em indiferença... Percebe? Por último vem a submissão: O bem... - a incapacidade de nos impormos em outros instantes, nos derrama no instante moral: "...mas somos bons!" Dar ao soco a outra face e ganhar no discurso moral. Mas sem o mal praticado, podemos acabar ressentidos. Sem a resposta ao soco, sem o palavrão, sem o desafio, sem por a vida em jogo perdemos pra quem a coloca em jogo! Seja por falta de imaginação, astúcia ou o que seja... Somos doentes! Sensíveis doentes! Captadores da dor! A doença que se evita na relação externa, tantas vezes é inevitável e acaba por se dar na relação interna, de nós com conosco. A civilização se faz nas nossas costas, os delicados, frágeis... Precisam mais dela, das autoridades, que nos protejam do animal homem em nós mesmos e nos outros. O mal vence, sempre. Contar a história e se passar pelo bem é tão só o selo da vitória do mal.