razão também tem quem luta pra perdê-la! Iscas para almas. Realização do projeto de fazer propostas. Quase uma coisa no lugar de tentativas. Lembretes do desapercebido. Refinaria de gritos.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
Altitude
Mas ela tem sido cada vez mais efêmera e desencarnada: Sensação apenas. Nada vivido com outra pessoa! A outra pessoa apenas como aeroporto de que decolo para o que já não vivemos eu e ela, mas eu sozinho! Ela mesma como rota de fuga dela mesma, ela... com pistas clandestinas para que levemos seu aroma como droga proibida. Decolo para iniciar e encerrar uma história de vida sem ela e me conformar com isto que é duríssimo! Decolo do chão da realidade. Decolo de um amor possível para os delírios que ela acende, e o tempo massageia meus pés.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
GOTAS PALAVRAS
sinto suas palavras gotejando no meu abrigo
trago velhos baldes
trago panos adquiridos no semáforo
para secar sua verve romântico-espalhada
escorregadia na pequena sala!
um dia serão este mar
que não diz nada
trago velhos baldes
trago panos adquiridos no semáforo
para secar sua verve romântico-espalhada
escorregadia na pequena sala!
um dia serão este mar
que não diz nada
as malas mais pesadas de se carregar são as do sonho pra realidade.
https://www.instagram.com/p/CONuerrH3fA/?utm_medium=copy_link
A BOLSA
relaxa, homem
solte seus braços, vá para praça e
faça exercício
volte sempre!
nenhuma revolução vai resolver o mundo!
ele se estendeu como pôde:
o mundo que viemos etiquetar.
nada precisava ser dito -
é verdade!
mas a importância da verdade está cada vez
menos na bolsa de valores
solte seus braços, vá para praça e
faça exercício
volte sempre!
nenhuma revolução vai resolver o mundo!
ele se estendeu como pôde:
o mundo que viemos etiquetar.
nada precisava ser dito -
é verdade!
mas a importância da verdade está cada vez
menos na bolsa de valores
o texto é a grafia de uma infinda conversa
monólogo
solilóquio antes do atropelamento e
o fim da vida!
com deus, deus arquibancada!
deus torcida por nós!
com uma plateia invisível,
um homem age muito conforme imagina a plateia!
inventaram um homem que espera viver um mundo
vivo e sentado de braços cruzados no mundo possível
a poesia...
o que era mesmo que seria?
não lembro mais qual era a poesia!
nós somos felizes em mundos distantes
de onde nos olhamos compassivos!
ela lava a louça da vida estabelecida
e loga dentro da própria imaginação
se conecta com o outro que inventa
terá sido a felicidade feita refém
o homem foge pro sonho
e usa drogas enquanto não dorme
só precisa ser sóbrio pra trabalhar!
parece que a "sobriedade" é inimiga do homem!
o que era mesmo que seria?
não lembro mais qual era a poesia!
nós somos felizes em mundos distantes
de onde nos olhamos compassivos!
ela lava a louça da vida estabelecida
e loga dentro da própria imaginação
se conecta com o outro que inventa
terá sido a felicidade feita refém
o homem foge pro sonho
e usa drogas enquanto não dorme
só precisa ser sóbrio pra trabalhar!
parece que a "sobriedade" é inimiga do homem!
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
O PRESENTE INVISÍVEL
porque não era o grande amor
tirou sua mão da dele...
fechou a janela!
porque não era o grande amor
trancou-se no quarto,
tratou os dias por ninharia!
aperfeiçoou a arte de esnobar!
porque sua pretensão era maior
do que o mundo em voga,
se escondeu atrás de palavras advogadas,
colocou a mão no trinco de ir embora...
...e se foi
sem atinar que a grandeza
é uma invenção da visão,
que não lhe enxerga os átomos.
SUTILEZA
sutileza era o segredo! não são as fomes de minha infância que atenderei: não tenho a mesma capacidade de sonhar, de me iludir, de me contentar com mundos longínquos. e se imagino ainda, não anseio que os acontecimentos sejam mais generosos do que puderam ao longo de minha vida. meu passado é um rabo pesado demais pra que bípedes expectativas tolas me movam por suas curvas capciosas: depois das sinuosidades, sempre há um eu prostrado; não quero as coisas por tê-las esperado, quero degustá-las, apertá-las, sopesá-las... não preciso descascá-las com ciência, não quero desenfeitá-las! basta-me inaugurá-las nuas com uma poesia.
a infância acabou! não há um grande amor como miragem de um deserto. há suficiente, a cada instante, o instante que se desenha: a beleza numa mão que repousa ou que segura um objeto; o frescor do tato da água que bebo e me banha; e aquilo silencioso que abre o olho de uma volúpia que cochilava... pois é isto! pequenas coisas, nada pretensiosas de transcendências ou profundos significados! nada me supondo doente e querendo me curar, me calar num átimo como quem atira contra o crânio.
é assim, meu amigo! a eternidade acaba dando luz ao que acaba: o vento nos cabelos de uma mulher represando os olhos de um desejo; o aroma úmido de um trecho do caminho; em suma, a beleza do perecível que acende a preciosidade do instante, brilho que se apaga de ser sensação... não há o grande amor, me alegra o toque de uma manhã fresca, no corriqueiro vestirei um aroma de café e não tomarei nenhum grande ápice por meta... presente, vejo passar afobados os gananciosos que sobem pro futuro! para mim, que caminho há senão este que se estende até onde já não terei sensibilidade? então... por vezes aguço os sentidos, como um cão apenso em orelhas eretas; por outras, encosto as pálpebras de bicho saciado.
que quero é curiar com as mãos a textura das cores, achar distraído o mundo novo e suas formas outrora abandonadas pela prepotência racional de entendê-las prejulgadas. me sentarei, por sorte, à beira do caminho-sem-conceitos, onde capturo o calor do sol para depois gozar mergulhá-lo na cachoeira possível.
a existência de um deus? para que sondá-la? basta uma chuva que me ache e lavo deste menino o velho senhor sisudo impregnado. menino que não sonha nenhum trono de sua cadeira de varanda. aqui, onde encontra convivas com a sua humilde possibilidade de gente, me regam estas pequenas cumplicidades da amizade capaz de ser com o que é humano. por ora, usufruo este riso que adivinha outros mais.
a infância acabou! não há um grande amor como miragem de um deserto. há suficiente, a cada instante, o instante que se desenha: a beleza numa mão que repousa ou que segura um objeto; o frescor do tato da água que bebo e me banha; e aquilo silencioso que abre o olho de uma volúpia que cochilava... pois é isto! pequenas coisas, nada pretensiosas de transcendências ou profundos significados! nada me supondo doente e querendo me curar, me calar num átimo como quem atira contra o crânio.
é assim, meu amigo! a eternidade acaba dando luz ao que acaba: o vento nos cabelos de uma mulher represando os olhos de um desejo; o aroma úmido de um trecho do caminho; em suma, a beleza do perecível que acende a preciosidade do instante, brilho que se apaga de ser sensação... não há o grande amor, me alegra o toque de uma manhã fresca, no corriqueiro vestirei um aroma de café e não tomarei nenhum grande ápice por meta... presente, vejo passar afobados os gananciosos que sobem pro futuro! para mim, que caminho há senão este que se estende até onde já não terei sensibilidade? então... por vezes aguço os sentidos, como um cão apenso em orelhas eretas; por outras, encosto as pálpebras de bicho saciado.
que quero é curiar com as mãos a textura das cores, achar distraído o mundo novo e suas formas outrora abandonadas pela prepotência racional de entendê-las prejulgadas. me sentarei, por sorte, à beira do caminho-sem-conceitos, onde capturo o calor do sol para depois gozar mergulhá-lo na cachoeira possível.
a existência de um deus? para que sondá-la? basta uma chuva que me ache e lavo deste menino o velho senhor sisudo impregnado. menino que não sonha nenhum trono de sua cadeira de varanda. aqui, onde encontra convivas com a sua humilde possibilidade de gente, me regam estas pequenas cumplicidades da amizade capaz de ser com o que é humano. por ora, usufruo este riso que adivinha outros mais.
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
sinto o que vivo
que tempo tem todos nós?
que força tem sua voz?
que história vou lhe contar?
que tempo vamos tomar num
copo amigo?
que horas vou acordar
pra sorrir os dentes que tenho?
agora estou comigo!
e não há nada que nos separe.
sinto o que vivo!
sinto o que vivo!
que força tem sua voz?
que história vou lhe contar?
que tempo vamos tomar num
copo amigo?
que horas vou acordar
pra sorrir os dentes que tenho?
agora estou comigo!
e não há nada que nos separe.
sinto o que vivo!
sinto o que vivo!
PROMISSÓRIAS
ouve versos como promessas
porque seu habitat é num mundo
de que se pode cobrar
o presente é pequeno
para abrigar sua pretensão
amanhã surgiu hoje em sua boca
antes do sol se pôr
porque seu habitat é num mundo
de que se pode cobrar
o presente é pequeno
para abrigar sua pretensão
amanhã surgiu hoje em sua boca
antes do sol se pôr
segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
GALA
a gente uma hora ou outra
rasga a fantasia
há quem não sabia o que vestia,
um dia ela esgarça, desbota...
por fim rasga e
a gente sempre constrói outra
muito comumente relembrando a antiga
a gente tem moldes, a gente vê revistas!
a gente usa manequins, modelos que desfilam
nas nossas passarelas
a gente experimenta em gente que dorme...
tem gente que diz que aperta,
pra outros fica muito larga...
uns acham cafona... não querem!
há também os que não pulam
nosso carnaval
rasga a fantasia
há quem não sabia o que vestia,
um dia ela esgarça, desbota...
por fim rasga e
a gente sempre constrói outra
muito comumente relembrando a antiga
a gente tem moldes, a gente vê revistas!
a gente usa manequins, modelos que desfilam
nas nossas passarelas
a gente experimenta em gente que dorme...
tem gente que diz que aperta,
pra outros fica muito larga...
uns acham cafona... não querem!
há também os que não pulam
nosso carnaval
Assinar:
Postagens (Atom)