Não domarei o meu bicho pela beleza moral
Deixa-lo-ei solto fazendo pasto dos outros
Não usarei correntes mais longas que sejam
Não negociarei sua sede
Para deita-lo com fêmeas
Nunca mais chegarei pontual e a rigor
Não terei mais um lar
E morderei a mão de um pretenso dono
A civilização nos alinha numa fila longa
Para a cova.
Nesta espera, o medo faz planos
Embotando o canino das vontades
E lastimando a beleza que transita mais rápido e desaparece do alcance de nossa língua
Meu estômago se adapte a dispepsia das maldades que assisti
Os meus erros são de Deus
E prestarei tantas contas quanto o Acaso