sexta-feira, 16 de novembro de 2018

O FUTURO DO AMOR POETA

quando não houver mais nenhum verso a ser feito de nós, o silêncio se deitará primeiro em segundos dantescos enormes; depois andará no incômodo, segurando pelo cós as horas largas para esconder as vergonhas; hercúleo,  abrirá como pilares portentosos as semanas que gradativamente se estreitarão; o silêncio, então, tomará sol na esteira dos meses, suspirando um alívio ainda tímido, até que espatifará imenso, quebrando o fino vidro da eternidade pretendida no ríspido chão do instante inexorável, perdendo a quietude num novo amor declamado. aí o silêncio já não será singular mensagem a ti remetida, mas algo estilhaçado em ínfimos cacos que já não cortarão os pés postos em novo caminho. ínfimos cacos de mudas palavras que inauguraram, num dia já esquecido, a falta de ter contigo.

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