domingo, 16 de novembro de 2014

imagine a costela
o em torno por dentro
como um copo
raspá-la da carne com uma espátula
até o branco dos ossos
a coluna, pense
espessa, os humores, líquidos...
como caldos de comida

a medula espinhal passeada de larvas
a esfera dos olhos recheada delas
imagine  o que imagina agora
como posse dos vermes
ditosos, donos, gordos... sem ossos
no chão
dentro de seu caixão alguns dias descido
depois de uma pontada no peito
esticada no rosto roxo
e a queda na sala sem respeito aos utensílios
a dor até o fim

como você não quis imaginar
e com muito mais medo do que quando o fez
as veias dilatadas de pânico

pense bem!
pois é isto o mais certo amanhã
que se pode imaginar:

quando nem mais ossos
muito antes
nem mais você

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