terça-feira, 17 de outubro de 2023

NÁUFRAGOS

Será também o vício um recurso inconsciente-desesperado para vida continuar. Pelo vício continuamos!

Quando vem a lucidez, não podemos mais sonhar... Obedecemos Baudelaire e nos embriagamos.

Mas a poesia tenha acabado ou não passe de bravata. 

A publicidade asfixiou o verso na gravata.

As coisas já não são colhidas pela espontaneidade, mas empurradas goela a dentro por manipulações redundantes, limitadas alternativas que só possibilitam a confissão de culpa ao reclamante. 

As perguntas na tela são retóricas porque automáticas se repetirão até em "sim" converter nosso "NÃO!"

A tela pergunta se somos um robô.

Pode haver humanidade atrás dela?

O pensamento caiu na rede, vive nos aquários, retângulos, enquadramentos, vitrines...

Dizia ja o ditado: enquanto existir otário, malandro não morre de fome...

...e sequer paga por crimes. 

O Smart nos passa pra trás...

disfarçando atrás do Phone.

Antes dançávamos no ritmo

Agora o algoritmo consome

cada pulsação numa oferta:

Remédios, exercícios, férias, palestras, "psis", dietas...

Atormentam o nosso juízo:

Mas... "Navegar é preciso!"

Recorrer a um amigo?!

No naufrágio o abraço é perigo!


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