quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Amarga interpretação

Se ninguém pode ser minha felicidade, para quantos terei de distribuir minhas noites? Com que enganos consolarei largas horas? Quantas vezes minha vida será me conformar diante dos espelhos e dos olhares alheios? Se todo mundo almeja tudo, quem se admitirá pouco pra se contentar comigo?

Não quero dizer nada com estes olhos, fecho-os como um segredo...  Visto camisas sem estampas, mas a qualquer modo me definem, me encerram... E se aborrecem comigo.

Se vemos o mundo real sozinhos, que mãos senão as de uma ilusão poderiam anular as sensações de deserto?

De uma verdade triste, o que além da cegueira, do esquecimento e da loucura seria salvação?




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