terça-feira, 14 de janeiro de 2020

o que não é deitar contigo
é uma espera rota de amar
a secar no varal de ideias
que chovem sem molhar

agora preciso viver o não pensado
planos de folhas em branco
de expectativa

viver o que vier
nas ruas de terra
repletas da gente possível
que passa risonha com as sacolas do dia
rumo a um nunca mais sem distância certa
e sequer suposto.

sem te amar o corpo possível
restam apenas cálculos tristes
esboçando direto na cobiça da falta
o que amar seria

fazendo da cama leito
feito de enfermidade acomodada


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