segunda-feira, 25 de junho de 2018

CONTRA O ABSURDO

é sério que vocês amam?...
como ser o sangue do outro que corre?
como temer pelas células dos amados que vivem?
vigiar o organismo alheio em funcionamento?
como vigiar numa manhã batidas de um coração que não o seu?
é sério que amamos, de nos afogarmos na imensidão da tristeza de adorar o perecível?
por que então ainda rimos?
não é sério que a gente ama?
não é profundo? é leviano?!
com essa consciência de querer algo eternamente, amamos?
como pensar quase ser o outro? como nos abandonarmos? 
como fazer dele um mundo,  mil sentimentos, uma razão... 
emoções escapando da gente desvairadamente!
ama assim?
não depende o amor, exatamente, de que tudo acabe?
da dor... 
de sentir a perda de tudo! e amar então mais loucamente o durante!
o eterno não ama, porque continua depois que tudo acaba!
amar... não dá pra sentir que não vale a pena?
a gente ama mesmo e porque não há acordo com o tempo...
com o mundo!
amar é a luta contra o absurdo flagrado 
de existir conscienciosamente!

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