como quem ora a que deite no seu corpo o tempo
que me tem lambido a custa de encontrar gosto.
soltar estes desejos todos do meu animal...
sua ausência é imoral! um cão inoportuno
a ladrar dos corredores que dão no turno
do meu sono.
do meu sono.
insuportáveis animais que o querer estima!
querem corromper, estes caninos em folia,
suas tardes civis vazias
resignadas ao tédio da prudência.
exorciza esses demônios, moça certa!
até que eu me reste um bicho-deus estirado
no ápice do existir conseguido!
escuta, bonita, o que digo!
troco o seguro dos dias por
delírios em taquicardia.
só suas mãos de mulher
cuidadosas de um amigo
virando a tabuleta da vida
- presa à porta que finda -
trocam por "perigo"
o que seduz como "saída"
de noite, triste insone!
de dia, pobre covarde!
enquanto durmo,
no sonho o sonho se infla de coragem
e se atira do abismo onírico à realidade.
acordo para este muito
muito tarde!
e ri irônico de canto um deus vigia
olhe bem senão é riso de alegria!
e canta do canto do quarto que
é sempre justo o fim
é sempre justo o fim
do que não pode melhoria!
se esse deus fizesse colo tépido
do que é noite fria,
do que é noite fria,
acabaríamos sem invejar
o que reina, o seu reino e nele o que
depois de nós nem mesmo o infinito sacia.
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