nos olhos quietos do cão o homem se conforma. no que lhe destina, no que dele não espera, o animal melhor se faz. na incompreensão real, o homem inventa um sentido especial ao ser do cão. coitado daqueles que com palavras se tentam entender! só se chateiam e entediam! por fim, fazemos ao menos um coro em comunhão: "o semelhante biológico, não!' o cão cabe melhor, no quintal e na nossa imaginação. um cão faminto é infinitamente maior possibilidade de adoção! o outro humano fala, quer influir no seu significado, contesta a tradução que dele fazemos! impõe-se neste mundo palavroso tendo opinião. o cão em seu silêncio semântico adquire no semblante o significado puro de nossa interpretação. no cão podemos colocar coleira e exercermos uma tirania legal. o cão é um objeto romântico! embora coma merda, lamba o chão, estraçalhe gatos, destrua o canteiro, morda um irmão. é territorialista, rosna egoísta sobre a ração... mas lhe concedemos, apenas por não se impor no mundo das ideias, peremptória absolvição. esquerda ou direita, acariciamos sua cabeça de animal de estimação. o outro humano, não! o traço de nossa carência reimprime em ternura a figura canina. um cão em silêncio é sempre conveniente; o homem em silêncio depende da situação: pode ser indiferente, esnobe, desligado, deficiente. se é fala e não latido, evite a repetição. um cão é ótimo: ante este parágrafo visto, não apresenta contradição. nós gostamos mais do cão que do homem, assim como gostamos mais de ser Deus do que irmãos.
razão também tem quem luta pra perdê-la! Iscas para almas. Realização do projeto de fazer propostas. Quase uma coisa no lugar de tentativas. Lembretes do desapercebido. Refinaria de gritos.
sábado, 18 de agosto de 2018
O MELHOR AMIGO DO CÃO
nos olhos quietos do cão o homem se conforma. no que lhe destina, no que dele não espera, o animal melhor se faz. na incompreensão real, o homem inventa um sentido especial ao ser do cão. coitado daqueles que com palavras se tentam entender! só se chateiam e entediam! por fim, fazemos ao menos um coro em comunhão: "o semelhante biológico, não!' o cão cabe melhor, no quintal e na nossa imaginação. um cão faminto é infinitamente maior possibilidade de adoção! o outro humano fala, quer influir no seu significado, contesta a tradução que dele fazemos! impõe-se neste mundo palavroso tendo opinião. o cão em seu silêncio semântico adquire no semblante o significado puro de nossa interpretação. no cão podemos colocar coleira e exercermos uma tirania legal. o cão é um objeto romântico! embora coma merda, lamba o chão, estraçalhe gatos, destrua o canteiro, morda um irmão. é territorialista, rosna egoísta sobre a ração... mas lhe concedemos, apenas por não se impor no mundo das ideias, peremptória absolvição. esquerda ou direita, acariciamos sua cabeça de animal de estimação. o outro humano, não! o traço de nossa carência reimprime em ternura a figura canina. um cão em silêncio é sempre conveniente; o homem em silêncio depende da situação: pode ser indiferente, esnobe, desligado, deficiente. se é fala e não latido, evite a repetição. um cão é ótimo: ante este parágrafo visto, não apresenta contradição. nós gostamos mais do cão que do homem, assim como gostamos mais de ser Deus do que irmãos.
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