adquira o hábito de jogar pedras na tua esperança
retira dela as cadeiras de espera,
empurra-a para fora das camas
daquela em que apenas te deitas
e principalmente da outra
em que amas
deixa-a de pé em frente a janela
e ilumina ante ela
a infinita estrada do nada
não te esqueças dos mortos
que doem em teu peito.
e nunca, jamais lhe sorrias.
caminha firme para os dias!
de noite, se não dormes,
amordaça os consolos, amigo!
apaga a lâmpada do quarto
e deixa teus olhos inúteis abertos
até o castigo se tornar duro demais
e verás claro que o escuro não se desfaz
se confias à esperança acender a luz
que uma sede corriqueira movendo um dedo é capaz
adquira o hábito de matar o que em ti
nunca de ti te satisfaz.
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