sexta-feira, 26 de julho de 2019

SEMPRE UM ESPETÁCULO

se fazemos teatro...
somos sempre atores a representar uma personagem...
sem a personagem somos a personagem de um ator apático desocupado.
fronha sem travesseiro
em que as cabeças não descansam do escuro
de estarem acordadas em vão
e não encostam sonho algum.


sem a peça resta um vazio.
ao homem não falta um chão que não seja um palco.
mesmo os bastidores de uma peça são o palco de outra!
pois onde quer que haja fala, 
 cenas, há coadjuvantes e antagonistas...
o homem inventará deus e o diabo apenas... 
...para que não lhe falte plateia no monólogo!


é isto e só: ou nos damos ao público ou ao nada!
ou nos preenchem personagens ou vermes
logo, ou atores ou cadáveres!
escolham seu papel!
caibam!

deixamos um bigode, pintamos o cabelo,
trocamos de figurino, de amores, de espetáculo, de cartaz... 
atrás de um sucesso de crítica e/ou bilheteria.
se flagram uma incoerência 
é tão somente a falta de um "continuísta"
e o espetáculo se torna inverossímil!
ou apelamos pro fantástico, pra fábula...
fora isto...

bem, fora isto...
não há pensamento, não há anseio, ensaio, entusiasmo...
não há! ora, ao menos ninguém nunca viu!
pois se algo assim fosse presenciado, 
imediatamente se abririam as cortinas e
eis que seríamos plateia atuante.

não há avaliar entre "verdades e mentiras"
mas entre "boas ou más atuações"...
"bons ou maus espetáculos"













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