sexta-feira, 17 de abril de 2020

Oração dos miseráveis


Quisera ter a realidade que tem a tristeza
E uma rígida frieza que não queira cantar ais.
Invés dessa existência vã burlesca sempre parca para a paz.

Sonhei fazer o que não se desfizesse
como todos os mortais.
Mas acordei, e mesmo o sonho se desfez
me tomou a lucidez de quem se flagra um incapaz.
Pretendo  só perder minha cabeça, de maneira que eu me esqueça
e não me lembre nunca mais.

De seres conscientes da inevitável sorte,
desconfio  de seus modos cordiais.
Quem sente a todo instante a própria morte
Apenas por maneiras faz-se mudo
Contendo diante de tudo o  "tanto faz!"

E sem receio de qualquer heresia,
Serei desta poesia doravante seu cartaz.
Pois nada de aviltante que a deus se diga
Faz mais que a miséria dessa vida
que engendra satanás.

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