quero arranjar o tempo nesta casa...
o tempo migalhas na mesa
geladeira vazia
o tempo incógnito, gás na botija...
quanto durará?
quanto pode arder?
de chuva, de colher,
e recolher do varal
o esquecimento molhado!
e de nós dados
feito crianças
ter por herança
o lençol amarrotado
tempo perdido pra sempre
dente que não é de leite
a morder a carambola
que caía no pátio da escola
ou a cana suculenta no quintal
da casa da tia
e nunca mais a calçada de passear com a mão dada
à mão conotativa de uma moça
agora é mão única de ida
e adeus
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