acordo homem como um castigo,
com versos que miam e arranham as portas
fechadas dos cômodos com
com versos que miam e arranham as portas
fechadas dos cômodos com
caixas-de-areia.
sonho ser gato:
fazer de prolixas e dispendiosas
declarações de amor
um ronronar
debruço melhor meu tempo
no castanho de uma folha na calçada
a crepitar no vento
do que no rosnado feroz
das ambições nervosas no pavimento.
veloz animal em causa própria!
bichano,
deitarei meu sono no frescor dos umbrais,
terei o corpo na casa e os olhos na rua como num rio.
hábil,
serei capaz de viver
em cima do muro:
entre matar os ratos ou
em cima do muro:
entre matar os ratos ou
morrer na boca dos cães famélicos.
dali balançarei a cauda melíflua
qual estandarte da indiferença do mundo
dali balançarei a cauda melíflua
qual estandarte da indiferença do mundo
ante os latidos!
e minha urina emprestará odor agudo
à impotência das cercas.
entre as pernas de quem
eu abraçaria humano,
escorregarei felino delicioso
e minha urina emprestará odor agudo
à impotência das cercas.
entre as pernas de quem
eu abraçaria humano,
escorregarei felino delicioso
como língua em caramelo.
e principalmente gato,
nunca mais contradirei meu coração.
e principalmente gato,
nunca mais contradirei meu coração.
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