a alma é pudor com o transitório, com o corpo, com o toque, uma instituição de critérios, um aperto nos parafusos da solidão. o seu querer, delator de idioma excuso da falta e da impotência humana, falsário de necessidades, impotente, evolui da pirraça à beleza da lástima poética. a alma provém de evaporação ante a realidade dura, indomável, uma projeção arrogante do ego numa dimensão de verdade e eternidade, um acúmulo palavroso de tralhas abstratas, lembranças, traumas e afetos que confabulam contra o vigente, que o regurgita... um obstáculo ao encontro possível encarnado. a alma é o abismo entre os seres.
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