para Rubens Guilherme
herdamos este jeito morto
de encarnados pouco carnais.
já não sabiam balançar o corpo,
os nossos ancestrais.
e acreditamos em suas cadeiras
que não se quebram. ó, imortais!
sentamos na esperança,
como tais, pela musa que dança
e não cansa jamais.
vício de livros de herança.
hábitos de homens sentados,
pudor com o instante presente
que não nos levanta e nos cansa
de estarmos assim tão parados.
toda estrutura que falta
pra suportar nossa mente,
que a estante futura mais alta
nossa criatura sustente.
pois não podemos ficar quietos.
sem reclames, sem reparos.
tudo queimando em alfabetos.
sujeitinhos muito raros!
e o que por bem reparamos do mal,
se somos salvos pelo final
em não haver certo ou errado?
de ser, somos tão só cismados:
num irrevogável esforço
de parecermos iguais
a trasanteontem:
cortando os pelos e unhas morais
a nos sugerimos ideais,
nem me contem!
perdemos quantos carnavais?
Maravilha!!! Abraço cúmplice.
ResponderExcluirPela conversa que nele desembocou. Tinha de prestar ao interlocutor a devoção. Ehehe abraço.
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